Criar uma Loja Virtual Grátis

O Absolutismo na Europa e em Portugal

O Absolutismo na Europa e em Portugal

Na maioria dos países da Europa, entre os séculos XVI e XVIII, vigorou um regime político que ficou conhecido por Absolutismo.

Os monarcas absolutos consideravam que o seu poder vinha diretamente de Deus e, deste modo, todos os seus súbitos lhes deviam respeito e total obediência.

O Absolutismo resultou da evolução de uma tendência de centralização do poder régio e teve o seu representante máximo o rei francês Luís XIV, o “Rei Sol”. Em Portugal, destaca-se D. João V como Rei Absoluto.

D. João V pretendeu imitar a grandeza e magnificência da corte de Luís XIV. Graças às remessas de ouro do Brasil, governou com grande luxo e ostentação e patrocinou um grande número de obras de arte.

Para impor uma imagem de esplendor que correspondesse ao seu poder absoluto, o Rei serviu-se do luxo e do espetáculo da Corte. Os monarcas absolutos entregavam a administração dos seus reinos aos nobres. Para alimentar uma vida faustosa, o Rei impunha uma rigorosa cobrança de impostos. Todas as atividades económicas eram protegidas pelo estado, o que levava à acumulação de riqueza.

 

O Mercantilismo era uma política económica praticada durante os séculos XVII e XVIII, pelos governantes europeus, uma vez que, através desta política, era possível o aumento da riqueza e do poder do estado.

Este sistema foi criado por Colbert, ministro do rei Francês Luís XIV. Segundo Colbert, a principal riqueza de um Estado residia na maior quantidade de metais preciosos que este conseguia acumular nos seus cofres, pelo que era necessário manter uma balança comercial favorável.

 

Os mercantilistas defendiam que, para conseguir uma balança comercial favorável, era necessário o aumento das exportações e a diminuição das importações, ou seja, tentar evitar a saída de metais preciosos (ouro e prata) do país:

- AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES – devendo o estado apoiar o desenvolvimento da indústria manufatureira, facilitando a aquisição de matérias-primas, evitando a compra de produtos ao estrangeiro;

- DIMINUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES – através do aumento das taxas alfandegárias sobre os produtos importados e através da promulgação de leis pragmáticas que proibiam o uso de determinados artigos importados.

 

Na segunda metade do século XVII, Portugal atravessou uma crise económica devido, principalmente, às guerras da restauração com Espanha (que implicaram grandes custos), à quebra do comércio do açúcar e do tabaco, à concorrência dos ingleses e holandeses e devido à diminuição das exportações do vinho e do sal produzidos no país.

Para tentar resolver a Crise, o Conde da Ericeira, ministro da fazenda do Rei D. Pedro II, foi influenciado pelas ideias de Colbert e assim:

- Promoveu a industrialização do país, começando pelo sector dos lanifícios;

- Fundou manufaturas na Covilhã, Fundão e Lisboa;

- Mandou vir do estrangeiro equipamentos e técnicos experientes;

- Aprovou algumas das leis pragmáticas, que proibiam o uso de panos e outros artigos de vestuário de origem estrangeira.

 

Os comerciantes ingleses, devido às proibições impostas pelas Pragmáticas, passaram a comprar menos vinho português. Sentindo-se prejudicados, os produtores de vinho, protestaram contra o protecionismo industrial.

Devido à pressão da Nobreza Fundiária e dos comerciantes britânicos, foi assinado com Inglaterra, em 1703, o Tratado de Methuen.

Segundo este tratado, Portugal comprometia-se a aceitar, sem restrições, os lanifícios ingleses no mercado português. Em contrapartida, Inglaterra diminuía as taxas alfandegárias sobre os vinhos portugueses, facilitando a sua venda no mercado britânico, a preços mais baixos.

A descoberta de minas de ouro no Brasil e a chegada a Portugal de grandes quantidades deste metal, foi outro motivo para a falência da política manufatureira: durante a primeira metade do século XVIII, a produção do ouro foi aumentando de forma considerável. Assim, a Coroa enriqueceu e os entraves à importação deixaram de ser respeitados. As moedas de ouro mandadas cunhar por D. João V, inundaram a Europa, nomeadamente Inglaterra, contribuindo para a acumulação capitalista.

 

 CONSEQUÊNCIAS

- Portugal prejudicava a sua nova indústria (levou ao abandono da política manufatureira);

 

* * *

 

O Antigo Regime é um período histórico, entre os séculos XVI e XVIII, que se caracterizou na política, pelo absolutismo, na economia, pelo mercantilismo e, em Portugal, mais pela atividade agrícola e pelo tráfego comercial e, na sociedade, pela divisão em ordens.

A sociedade era fortemente estratificada e hierarquizada. Dividia-se em três Ordens ou estratos: o Clero, a Nobreza e o Povo. As ordens privilegiadas eram a Nobreza e o Clero, pois beneficiavam de direitos muito superiores aos do povo.

O Clero era a ordem social mais poderosa, possuía um terço das terras do país, recebia impostos de todo o reino, mas não pagavam impostos e ainda tinham tribunal próprio. Este ocupava-se do culto, do ensino e da assistência.

A Nobreza possuía grande riqueza e privilégios; tinha funções militares e ocupava cargos na política e na administração; não pagavam impostos e os seus rendimentos vinham de propriedades fundiárias, direitos senhoriais, cargos públicos e recompensas do Rei.

O Terceiro Estado tinha obrigações para com as outras ordens, não possuía quaisquer privilégios e era ele que assegurava as atividades produtivas. Abrangia uma grande diversidade de grupos sociais. No escalão mais alto, encontrava-se a burguesia – comerciantes, homens de leis, oficiais de administração que, pela sua riqueza ou cultura, rivalizavam com a Nobreza. De seguida encontravam-se os camponeses, artesão, lojistas, vendedores e criados e, na base da sociedade, os pedintes e os marginais.

 

Nessa altura, a principal atividade económica de Portugal, no século XVII, era a agricultura. Contudo, essa apresentava baixos níveis de produtividade, visto que:

- Utilizavam-se técnicas e instrumentos agrícolas velhos;

- A terra pertencia, quase na sua totalidade, ao Rei, à Nobreza e ao Clero, que exerciam direitos senhoriais sobre os camponeses, contribuindo para o atraso da agricultura;

- Os camponeses, subcarregados de impostos e obrigações, mal conseguiam garantir a sua subsistência;

- Por outro lado, muitos senhores deixavam as suas terras incultas;

- À falta de braços e de investimentos, junta-se o atraso técnico e a falta de animais, que não permitia obter estrumes. A cultura do milho, da vinha e da oliveira eram as mais produtivas.

*

* *

* * *

 

O Palácio de Versalhes é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época da sua construção, mas atualmente em arredores de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.

Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís XIV, foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. O monarca queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente um Governo de França por um governante absoluto. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou.

Considerado um dos maiores do mundo,o Palácio de Versalhes possui 2.153 janelas,67 escadas, 352 chaminés,700 quartos, 1.250 lareiras e 700 hectares de parque. É um dos pontos turísticos mais visitados de França e recebe, em média, oito milhões de turistas por ano. Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, foi por mais de um século modelo de residência real na Europa, e muitas vezes foi copiado.

Incumbido da tarefa de transformar o que era o pavilhão de caça de Luís XIII, no mais opulento palácio da Europa, o arquiteto Louis Le Vau reuniu centenas de trabalhadores e começou a construir um novo edifício ao lado do já existente. Foram assim realizadas sucessivas ampliações - apartamentos reais, cozinhas e estábulos - que formaram o Pátio Real.

Le Vau, não conclui as obras. Após sua morte Jules Hardouin-Mansart tornou-se, em 1678, o arquiteto responsável por dar continuidade ao projeto de expansão do palácio. Foi quem construiu o Laranjal, o Grande Trianon, as alas Norte e Sul do Palácio, a Capela e a Galeria de Espelhos. A última, trata-se de uma sala com 73m de comprimento, 12,30m de altura e iluminada por dezassete janelas que têm a sua frente, espelhos que refletem a vista dos jardins.

Em 1837 o castelo foi transformado em museu de história. O palácio está cercado por uma grande área de jardins, uma série de plataformas simétricas com canteiros, estátuas, vasos e fontes trabalhados, projetados por André Le Nôtre. Como o parque é grande, um comboio envidraçado faz um passeio entre os monumentos.

Para mais informações, visite o site oficial do Palácio de Versalhes.

Encontra-se disponível em: https://www.chateauversailles.fr/homepage